quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Como Aconteceu (Parte 10)

Começamos por reforçar a dose de caldos de galinha que é como quem diz tomámos algumas precauções que também não fazem mal e ainda porque a prudência assim  exigia. Como é sabido o entusiasmo tolda a virtude dos cautos mas neste caso, com a cumplicidade dos astros, resolvemos não exagerar no exercício dos cuidados prévios que receávamos viesse a revelar dificuldades que não nos apetecia somar às que já sentíamos.
Mesmo assim mobilizámos conhecimentos e à cabeça privilegiámos o parecer de alguém que sabe o que fazer de uma ruína tornando-a útil sem ferir a paisagem e para isso nada melhor que um arquitecto que por ser da família não nos fizemos rogados nem usámos de cerimónia até porque já o tínhamos forçado a participar noutras reconstruções bem mais difíceis que por não constarem em nenhum currículo universitário são de inestimável valor. Metáforas... coisas que mantemos sempre presentes mas que não fazem parte desta história. 
Outras romarias organizámos com amigos cujas opiniões foram bem-vindas e que não negamos terem servido principalmente de encorajamento. Sentíamos a necessidade de conjugar as forças que tínhamos e que conhecíamos com aquelas que por serem celestiais não compreendemos mas que em ocasiões passadas já nos tinham provocado arrepios na espinha.Claro que tivemos que subtrair as opiniões - vocês são malucos - que apesar de corresponderem a uma opinião quase generalizada e se calhar verdadeira da nossa maneira de encarar as coisas, também nos pareceu ser uma forma de alguns expressarem a vontade de também o ser.
Alguns dias depois firmávamos o acordo com a proprietária. senhora de muita lisura, honrou até final os compromissos assumidos e com a tranquilidade possível nestas coisas, tratámos das burocracias inerentes. No início do verão tomámos posse do edifício na aldeia da Gozundeira, nome que levámos algum tempo a assimilar e que tem origem nas eiras que por aqui existiam. Localmente a zona é conhecida pelos "Moinhos" razão que terá levado a que a rua fosse baptizada com essa designação (Rua dos Moinhos). O oeste é famoso pelos seus moinhos de vento mas aqui por ser um vale e dada a proximidade do rio Sizandro, são de água.    

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